quinta-feira, 23 de maio de 2013

A equipe Riding through Iberia avalia as máquinas

Prometi ao Luiz contribuir com alguns comentários para o blog sobre as motos, e então vamos lá...
Primeiramente, apesar de já ter registrado algumas viagens em outros blogs que fiz, é sensível que neste momento me sinto um pouco mais relaxado e sem o compromisso de todo o dia ter que editar e preparar um texto para deixar o registro de momentos que entendemos merecedores de serem compartilhados com os leitores, mas mão a obra...
No primeiro dia, antes de iniciarmos a jornada, tive a oportunidade como já mencionado, de efetuar uma bela viagem de quase 400 kms com a nova BMW GS 1200 Mod 2013, a tão famosa revolução refrigerada a água do tradicional e convencional motor boxer...
Além desta profunda alteração, a moto ainda vem com outros mimos tecnológicos para facilitar a sua pilotagem... Suporte de GPS de fabrica (para o Garmin ZUMO 660) integrado com um controle giratório no pulso esquerdo, painel completo com uma série de informações, ajuste do parabrisa dianteiro com fácil e pratico comando manual, uma suspensão evoluída em relação aos modelos anteriores e um melhor conforto graças ao desenho e ergonomia dos assentos, tanto para o piloto como o garupa. A minha esposa comentou que nesta moto, ela passou a ter um melhor ângulo de visão sob o meu capacete, em outras palavras, nossa altura proporciona um conforto visual e frontal para ela, que agora consegue admirar um pouco do horizonte e não mais somente o meu capacete.
A versão que tive a oportunidade de pilotar durante um dia entre um Madrid-Segovia-Avila-Madrid sob chuva e temperatura de quase 1 grau tem um comportamento agressivo e forte, um motor com 125 CV, portanto 15 CV a mais que o modelo tradicional, faixa de torque e força que facilmente tira a roda dianteira do chão em aceleradas mais rápidas, mas que depois de algumas dezenas de KMs já se mostrou mais dominada e deixou de assustar. Até a Valéria minha esposa elogiou a suavidade da suspensão, embora um pouco assustada com o torque nas esticadas, outro comentário dela e positivo, é a melhoria do conforto para o garupa com um banco mais macio e alto comparado á versão anterior... enfim uma maquina que rapidamente deve obter vários fãs pelo mundo apesar do preço salgado no Brasil (R$ 85.000,00). Resumidamente uma moto aprovada....
 
 
Falando em aprovada, chegou a hora de algumas percepções e comentários de outro equipamento que tive a oportunidade também de testar durante estes dois últimos dias e que ainda devem me impressionar até o final da viagem, a luxuosa BMW GT 1600, que em matéria de motor e potência, realmente me impressionaram de forma positiva... uma moto de 6 cilindros em linha de fácil pilotagem onde você de repente olha para o velocímetro e percebe que esta a mais de 170 km... sua maciez, estabilidade e força é impressionante, passar de 230 Km nestas estradas da Europa só dependem do peso da mão e da ousadia do piloto...
Mas nem tudo é positivo, outro comentário da minha esposa e garupa, e que eu já havia notado nos primeiros quilômetros de estrada em velocidade superior a 150 KM, mas que para nós pilotos não chega a ser um grande problema, é a área de turbulência criada na minha nuca e dorso incomodando muito o garupa... como de costume utilizamos um comunicador no capacete (GARDO G9), é sensível e constante a permanência de ruído causado por esta turbulência.
Atribuo este efeito, talvez em função do tamanho/formato do parabrisa e a distancia entre o garupa e piloto, não sou baixo, tenho 1,76 mts e devido a posição do guidão, sou obrigado a me ajustar no banco um pouco para frente, isso aumenta ainda mais a distancia entre nós, fato comprovado pelo espaço que fica na parte traseira do meu assento, onde tenho deixado a minha capa de chuva para servir como apoio lombar... portanto uma moto feita para quem tem braços longos e talvez alguns centímetros a mais que eu... como o parabrisa é ajustável automaticamente pelo controle de um botão no punho esquerdo, ficou fácil tentar diversos ajustes cujo resultado minimiza mas não elimina o efeito, já tivemos oportunidades de efetuar longas viagens de Electra Glide (Harley) e Gold Wing (Honda) e jamais percebemos isto a ponto de incomodar como nesta moto.
Chegamos até cogitar em trocar a GT 1600 por uma GS 1200 para continuidade da viagem, tamanho o incomodo e decepção com esta questão, mas o quesito sob/desce da moto para o garupa traz menos incomodo na GT devido a sua altura do solo... mas definitivamente esta é a primeira e ultima vez que selecionamos esta moto para longas viagens. Nem preciso ressaltar que estes comentários são pessoais e associados as nossas estaturas, o que pode não ocorrer com outras pessoas.

David Ravaneda

Um comentário:

  1. Impressionante essa coisa da turbulência na 1600, o negócio é a GS mesmo! Abraços

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